terça-feira, 10 de setembro de 2019

É na oração que Deus refaz o nosso coração



“Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus” (Lucas 6,12).
Estamos conhecendo, cada vez mais, Jesus; e quando nós O conhecemos, aprendemos com Ele o que devemos fazer para vivermos a nossa vida em Deus, para crescermos na relação com Ele.

A Palavra está nos mostrando o segredo de Jesus, e o segredo d’Ele é a oração, é crescer na sua comunhão e relação com o Pai, é estar sempre em sintonia com Ele. Nós precisamos ter comunhão com Deus, precisamos viver essa sintonia com Ele, porque não viveremos se não nos aplicarmos à vida em oração.

A oração não pode ser feita somente quando queremos, quando temos tempo, vontade e quando estamos dispostos. Oração é necessidade da alma, do coração e do espírito, oração é necessidade para a vida.

Jesus estava no momento de tomar uma decisão importante, de escolher entre Seus discípulos aqueles que seriam Seus apóstolos. O momento de escolha é o momento que precisamos de luz, sabedoria, direção; é quando precisamos ser guiados pela luz do Alto.

A oração é a graça de nos esvaziarmos de nós para que Deus seja tudo em nós

Quantas decisões precipitadas já tomamos na vida, quantas decisões tomadas no impulso da carne, impulso da nossa ansiedade que tanto move o nosso coração, o nosso ser! E vamos tomando decisões, ali e aqui, sem nos abastecermos de Deus e da graça d’Ele. Depois, é um “Deus nos acuda!”, porque pagamos caro demais pelo preço das nossas precipitações.

A graça está aqui: não faça nada sem oração, não viva nada sem ser no espírito da oração. Entregue, nas mãos de Deus, não só nas pequenas e grandes inquietações, mas nas decisões todas que você precisa tomar na vida. Ore o tempo que for necessário, mas se abasteça de Deus, encha-se d’Ele.

A oração é a graça de nos esvaziarmos de nós para que Deus seja tudo em nós. Às vezes, falamos, mas, na oração, precisa ter essa intimidade, essa capacidade de escuta, essa capacidade de deixar que Deus fale para nos guiar.

Vamos ver que Jesus, abastecido pela oração, também a levou para os seus, levou para curar os enfermos, os doentes, para que aqueles que vinham ouvir a sua Palavra para serem curados, libertos e restaurados.

O Senhor quer nos curar, libertar e restaurar. O Senhor quer fazer a obra nova em nossa vida, por isso não há graça maior do que O ouvir, pois é na oração que Deus refaz o nosso coração.

Deus abençoe você!

Por: Padre Roger Araujo

terça-feira, 6 de agosto de 2019

O poder da oração transforma a nossa vida



“Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante” (Lucas 9,29).

Hoje, celebramos a Festa da Transfiguração do Senhor, um acontecimento Pascal na vida de Jesus. Esse fato nos mostra que a vida do Senhor caminha sempre no sentido da Páscoa, da vida nova e da libertação, da passagem de tudo o que é velho para o que é novo.
A Páscoa plena, vivida por Jesus em Sua Ressurreição, é trazida também para a nossa vida e para o nosso cotidiano quando aceitamos o convite de Jesus para subir ao monte Tabor.
O monte Tabor é, acima de tudo, o monte da oração, o lugar do encontro e do convívio com o Senhor. Subir ao monte Tabor é colocar-se na presença do Senhor. Colocar-se em oração é colocar-se na presença de Deus, é permitir que a presença d’Ele invada o nosso ser, e o nosso ser seja mergulhado na bênção do Senhor Nosso Deus, na presença de Deus no meio de nós.
Quando mergulhamos na oração, o nosso ser também é transfigurado, a nossa mente, o nosso corpo, a nossa mentalidade e até o nosso físico. Andamos muitas vezes tão agitados, preocupados e tensos! Entreguemos esse nosso ser à oração, mergulhemos toda a nossa vida na oração, porque a oração muda as realidades.

O poder da oração transforma a nossa essência, transfigura a nossa essência, muda a nossa vida

A primeira realidade que a oração muda é a nossa realidade interior, é a nossa vida. O poder da oração transforma a nossa essência, transfigura a nossa essência, muda a nossa vida para que aquilo que carregamos de mundano em nós, aquilo que carregamos na vida presente, transfiguremos pelo sabor e pelo tempero da eternidade.
A oração transfigura os nossos sentidos a começar pelo nosso próprio olhar. Ficamos olhando para as realidades e, muitas vezes, não encontramos luz, solução ou temos uma visão muito mundana das coisas.
O nosso olhar é transfigurado pelo olhar divino, enxergamos a graça de Deus, a mão de a ação de Deus, a luz d’Ele por meio da oração. Os nossos ouvidos são transfigurados, a nossa capacidade interior de escutar para que possamos escutar o Senhor e para que Ele fale ao nosso coração. E onde a transfiguração acontece? Na na nossa mentalidade e no nosso coração, onde a luz de Deus irradia em nós a vida nova, ganhamos gosto pela Palavra de Deus, saímos da realidade material onde estamos sempre acostumados e vivenciamos a cada momento para sermos levados a uma realidade sobrenatural.
Oremos em todo tempo e lugar porque a oração transforma as realidades e, saindo da oração, é gostoso entrar na oração, voltamos para o mundo e para as nossas realidades para levar o sabor do Evangelho ao mundo onde estamos.

Deus abençoe você!

POR: PADRE ROGER ARAUJO

quarta-feira, 24 de julho de 2019

A semente da Palavra produz frutos em nós


Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente” (Mateus 13,8).


Jesus, o Bom Semeador, está semeando a semente da Palavra. E não podemos fazer outra coisa, pois também semeamos a semente da Palavra de Deus, e é essa semente que produz frutos, nos converte e transforma.

Talvez nos perguntamos: “Por que não me converto? Por que não me transformo? Por que a minha vida não é mudada?”. A pergunta é: Qual é o terreno que está acolhendo a Palavra? Que terreno somos nós?

O primeiro terreno onde cai a Palavra é à beira do caminho. Sabemos que aquilo que fica à beira do caminho, os pássaros comem. Recebemos a Palavra, ela chega ao nosso coração, mas somos muito distraídos, facilmente perdemos o foco. Estamos na Missa, nas celebrações, mas a cabeça está voando, por isso a Palavra semeada vem, ela até caí, mas facilmente é roubada.

A semente caí em nosso coração e, muitas vezes, encontra um terreno muito pedregoso; e no terreno pedregoso falta profundidade, porque tem pedras, mas não tem raízes profundas. Ou seja, ficamos sempre na superficialidade e logo as pedras dos caminhos da vida vão matando a semente da Palavra, porque falta profundidade, falta irmos mais fundo, mergulharmos em águas mais profundas da Palavra de Deus.

Eu faço questão de dizer: não fique somente no ouvido da Palavra, mas entre no profundo dela, porque quanto mais mergulhamos, mais riquezas a Palavra de Deus age na nossa vida e no nosso coração.

É importante que a Palavra cresça, apareça e esteja mostrando os frutos a cada dia da nossa vida


Parte da semente da Palavra cai no meio de um terreno espinhoso, que é um coração cheio de espinhos, o qual, facilmente, sufoca a Palavra, tira seu foco e sua força na nossa vida.

São tantos espinhos, preocupações demasiadas, problemas que enfrentamos aqui e acolá, paixões que temos na vida e que vão sufocando a Palavra. No entanto, precisamos ser o bom terreno; e a graça que precisamos pedir a Deus, todos os dias, é que o nosso coração seja fértil, uma terra fecunda, onde a Palavra de Deus chega, cai e vai produzindo frutos.

Não vamos produzir na mesma proporção, como diz a Palavra: uns caem em terra boa e produzem na base de cem, sessenta, de trinta ou até de dez, mas é importante que produza frutos. É importante que a Palavra cresça, apareça e esteja mostrando os frutos a cada dia da nossa vida. Por isso, coloquemo-nos diante da Palavra.

A Palavra é a graça de Deus semeada em nós. Ele deseja que produzamos frutos. Não deixemos que a nossa vida se torne aquela situação estática, paralisada, onde mal conseguimos produzir um sorriso.

Esperança, fé e ânimo. Se não estamos produzindo os frutos da graça, o problema não é a graça, é o terreno onde a graça é semeada, mas não se torna fecunda, porque não sabemos acolher a Palavra de Deus.

Deus abençoe você!

Por: Padre Roger Araujo

quinta-feira, 18 de julho de 2019

A mansidão de Jesus cura o nosso coração




“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” (Mateus 11,28).

O convite de Jesus é para todos nós que nos encontramos tão cansados. O fardo da vida não tem sido leve para ninguém, e como nos cansa todas as situações com as quais lidamos a cada dia de nossa existência!
A nossa fadiga não é tanto física, porque o cansaço físico nos revigora, ele puxa as nossas energias. Para o atleta que corre, aquele que prática esportes, o trabalho físico e braçal faz bem, mas ele precisa ter cuidado, porque cansa quando é feito excessivamente, e não se sabe, sobretudo, observar a necessidade do descanso, do repouso.
Há a fadiga mental, há a sobrecarga emocional, e todos nós estamos nos sobrecarregando emocional e excessivamente. Quando as sobrecargas emocionais pesam sobre nós, elas derrubam o nosso físico, a nossa estabilidade emocional, então, tornamo-nos intelectualmente cansados na mente e no raciocínio, porque as nossas emoções estão abaladas.

Com a humildade e mansidão do coração de Jesus, o nosso coração é curado de todas as fadigas emocionais

Jesus está nos oferecendo o Seu coração, porque é o coração que cuida e é onde reside as nossas emoções. Precisamos de muita saúde emocional, e é Jesus quem está nos dando e nos oferecendo, é Jesus quem quer cuidar do nosso coração, porque Ele sabe o quanto estamos nos fatigando em tudo aquilo que estamos realizando, aquilo que passamos, as sobrecargas que temos, o peso das responsabilidades, as decepções, as mágoas, as frustrações e decepções, a falta de êxito nisso e naquilo, as sobrecargas que os outros colocam sobre nós, o excesso de confiança que temos nesta ou naquela situação… Depois de tudo isso, vêm as decepções; e como fica arrasado o nosso coração, como fica sobrecarregada a nossa mente!
Facilmente, perdemos o nosso sono, irritamo-nos, brigamos, gladiamo-nos uns com os outros. Tudo isso é resultado da sobrecarga emocional tão instável que paira sobre nós.
Jesus tem um remédio, Ele nos chama para irmos até Ele, porque precisamos estar n’Ele, porque Ele nos dará o repouso e o descanso. Precisamos, no entanto, pegar o julgo de Jesus. E o julgo é, justamente, o peso daquilo que nós carregamos. O segredo de Jesus é aprender d’Ele. E o que aprendemos d’Ele? Que Ele é manso e humilde de coração, e precisamos aprender a humildade e a mansidão de coração. O coração violento, atribulado, fatigado, coração que revida, briga, que se entusiasma facilmente, mas coração que, emocionalmente, logo desiste das coisas.
Precisamos da têmpera da mansidão, precisamos da humildade que pondera todas as coisas dentro de nós, para cortar os excessos que temos inflamados de orgulho, soberba, de sentimentos de grandeza, porque com a humildade e mansidão do coração de Jesus o nosso coração é curado de todas as fadigas emocionais que experimentamos ao longo desta vida.

Deus abençoe você!

Por: PADRE ROGER ARAUJO

quarta-feira, 17 de julho de 2019

O Hábito de ouvir

O Hábito de ouvir

Muitas vezes ser ouvido é o que a pessoa precisa, e se você a ouve você está fazendo um bem, portanto a ouvir é fazer bem. 
Não é fácil não, é preciso boa vontade, muitas vezes dá uma sensação de perda de tempo, pelo fato de muitas vezes, o que o outro quer dizer não nos interessa.
Geralmente achamos “canseira” ouvir as pessoas, sejam elas pessoas negativas deprimidas, ou até mesmo pessoas mais velhas com hábitos de contar histórias do passado repetitivas, ou até mesmo uma pessoa chata.
Nem sempre queremos ouvir, pra isso é preciso muito amor no coração, muita entrega e esvaziamento de si próprio. 
Ouvir exige por parte do ouvinte muita dedicação, exige que abrimos mão de nós para o próximo.
Ouvir as vezes vale mais que um presente material de grande valor.
Enfim, se precisamos aprender a ouvir é porque existem pessoas que precisam ser ouvidas, e o que mais há são estas, pessoas necessitando de serem ouvidas. 

Aprender a ouvir

Mas vejam bem, precisamos aprender a ouvir, pois apenas o fato de ouvir já é uma grande ajuda.
Muitas pessoas que ouvem, o fazem com a intenção de dar uma resposta com a intenção de ajudar ou porque sentem a necessidade de falar pro outro, muitas vezes o que falam nem é o que a pessoa quer ouvir ou precisa ouvir. O que mais acontece é que quando ouvimos sem saber ouvir, queremos dar uma resposta certeira impondo a pessoa nossa opinião. Quando não sabemos ouvir queremos sempre acertar ao falar com a pessoa que só quer ser ouvida.
Saber ouvir necessita saber que nem sempre precisamos falar com a pessoa, responder seus questionamentos, muito menos quando temos opiniões diferentes da pessoa que quer ser ouvida.
Para o bom ouvinte existe uma regra: não precisa dizer quando se discorda da pessoa que quer ser ouvida.


É para isso que estou aqui:  PARA TE OUVIR 

E isso não significa que eu sou a melhor ouvinte, mas estou buscando ser.
Estou aprendendo cada vez mais, estou me desafiando a cada dia para ser a melhor. Melhor em ouvir para entender e ser compreensiva com a mesma.
A palavra de ordem é essa COMPREENSÃO. Apenas compreender o próximo ao ouvi-lo. 
Tenho consciência que nem sempre fui boa nisso, mas aprendi com meus erros, errei muito ao ouvir com a intenção de responder o que eu achava que era certo, ouvia e ficava dando respostas e argumentos, e muitas vezes nunca ajudei com essa atitude, errava em querer dar soluções, respostas “iluminadoras” de decisões a serem tomadas. 
Nossa eu era uma péssima ouvinte, vivia interrompendo quem estava querendo falar, muitas vezes intencional, outras por hábito, outras sem querer acabava que entrando na fala da pessoa, totalmente impaciente ao ouvir, claro que eu não fazia de maldade, mas achando que estava ajudando.
Estava tudo errado, eu errava e logo percebi isso e me corriji muito, pois afinal nem precisa disso, era apenas ouvir para compreender o próximo que tinha a necessidade de falar.

Muitas das pessoas que querem falar que querem ser ouvidas, não querem uma solução, elas apenas querem falar, ficar lamuriando a situação delas, só querem ficar numa posição de lamentações, elas não querem ouvir conselho algum, pois não querem mudar. 
Por isso as vezes é perigoso aconselhar ficar dando dicas conselhos, muitas podem achar ruim, se ofender ou muitas nem vão dar ouvidos aso seus conselhos serão em vão acham que já estão fazer tudo que podem na situação, ou se acham incapazes de tomar uma atitude de mudança.


A verdade é que a própria pessoa tem que amadurecer a situação em que ela está, o momento que ela vive, cada um sabe de si, e nós para ser bons ouvintes devemos ter a consciência que o antes de tentar ajudar temos que ouvir, não precisamos ficar falando, respondendo, a própria pessoa tem que chegar nos seus próprios resultados, e nós só temos que ouvir.

Aprendi que só devo dar conselhos quando me pedem ou deixam a entender que querem meus conselhos. 

Felizmente percebi meu erro a tempo, e dia após dia me educo no dom de ouvir.
Hoje posso dizer que sou uma ouvinte mais atenciosa.


Acredito agora que tudo tem seu momento: o de ouvir e o de falar.
Por isso agora coloco meu dom a disposição. Estou aqui para ouvir e de forma compreensiva se me pedirem opinarei sem imposição.
Posso dizer com humildade que aprendi a ouvir o próximo e compreender como ele se sente, me colocando no lugar dele.

Sei que tenho muito a mudar, a melhorar, mas peço a humildade a Deus para que consiga fazer isso para poder me colocar à disposição do próximo.

Estou aqui para ouvi-lo.

segunda-feira, 15 de julho de 2019


Amemos o próximo na medida de Deus

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mateus 10,37-38).
Talvez essa seja uma das páginas mais duras de todo o Evangelho, porque, no nosso coração, amamos a Deus, mas na prática… É claro que nós amamos as pessoas que estão próximas de nós: a mãe ama mais o seu filho, a mulher ama mais o seu marido, e cada um tem o amor maior no seu coração.
Aqui não é o amor comparativo, em proporção, Jesus não está competindo com nenhum dos nossos. Pelo contrário, Jesus está nos ensinando como devemos amar os nossos, porque há aqueles que amam de menos e não dão o amor, a atenção e a ternura aos que precisam.
Os nossos familiares, aqueles que fazem parte da nossa família, são aqueles que amamos com demasia, com exagero, passam da medida e enlouquecem a si e aos outros por causa do amor desmedido.
Se queremos amar, de verdade, os nossos, amemos a Deus em primeiro lugar, amemos aquele que é todo amor, amemos aquele que não sabe fazer outra coisa a não ser amar. Deixemos que o amor d’Ele mova o nosso coração. Vamos amar cada um na proporção do amor que ele precisa e deve receber.

É preciso deixar que a medida de Deus entre em nós
Sabemos que todo exagero, toda extravagância, todo excesso estragam, e estamos nos estragando quando não estamos amando na proporção do amor de Deus. Por isso, muitas vezes, vemos que os inimigos começam na própria casa, irmãos que não se amam mais, filhos que não entendem seus pais, pais que não entendem seus filhos, pais que têm todo amor para dar aos filhos, mas exageram na forma de amar e de cuidar.
Não basta ter boa intenção para amar, é preciso ter a medida para amar: “Agora eu só vivo para Deus”. Não é isso que Deus quer de nós.
Diz Jesus: “Eu não vim trazer a paz, mas a espada”. Primeiro, não é aquela paz que imaginamos, que não tem conflitos, porque estamos com muitos conflitos dentro de nós e achamos que estamos em paz, porque está tudo bem. Precisamos da espada de Jesus para abrir o nosso coração, para tirar as coisas velhas, enterradas, os conflitos não resolvidos para mergulharmos em Deus, para descobrirmos o Seu amor e sermos curados por ele, para podermos amar uns aos outros de verdade.
Há muito amor defeituoso, existe muito amor que, depois, vira um verdadeiro desamor, por isso para amarmos na medida de Deus é preciso deixar que a medida d’Ele entre em nós, precisamos pegar a espada do Espírito para abrirmos o coração e sabermos amar os nossos com o amor que Deus depositou em nosso coração.
Se você amar a Deus sobre todas as coisas com o amor que vem d’Ele, amará uns aos outros.

Deus abençoe você!

Por: Padre Roger Araujo (Esse cara é fera)

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Quero misericórdia e não sacrifício


Levemos a misericórdia a todos os necessitados

“Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores” (Mateus 9,13).

O Senhor assentou-se com os pecadores e comeu com os cobradores de impostos. O Senhor está conosco, está no meio de nós, porque nós somos pecadores. O Senhor veio para resgatar a nossa humanidade pecadora.

Se fôssemos justos, não precisaríamos do Senhor, mas precisamos d’Ele, porque não somos justos, e a grande injustiça é não reconhecermos as nossas próprias injustiças, os nossos próprios pecados. O fato é que estamos qualificando a humanidade em grandes e pequenos pecadores, e estamos ignorando a verdade objetiva, clara e direta, porque temos muitos pecados. Precisamos tratar esses pecados com a misericórdia e o bálsamo divino.

Às vezes, começamos a observar, em nossa pele, algumas rugas e erupções, mas não damos a devida importância, só quando se torna algo grave que nos preocupamos em cuidar. Fazemos a mesma coisa também com o pecado. Achamos que os nossos pecadinhos são pecadinhos, mas são pecados e para todos eles temos um remédio, e esse remédio é a misericórdia divina.

O que nos salva é a misericórdia de Jesus para conosco e a nossa misericórdia para com os outros

Perdemos muito tempo julgando o pecado dos outros, e talvez o outro que nós julgamos e condenamos se encontre tão mais próximo da misericórdia divina, porque está encontrando a contrição, o arrependimento, e nós não encontramos, porque só se arrepende quem reconhece o mal, o pecado que tenha cometido na vida.

Precisamos aprender que não é porque temos uma vida sacrificada, que são os sacrifícios que nos salvam. O que nos salva é a misericórdia de Jesus para conosco e a nossa misericórdia para com os outros. Como Ele teve misericórdia de mim e tem misericórdia de nós, não podemos querer ser outra coisa, porque, senão, vamos ser como os fariseus, porque os fariseus estavam julgando, pensando mal de Jesus, porque o nosso Mestre come com cobradores de impostos e pecadores.
Somos mestres em julgar, somos peritos em condenar a vida dos outros, o comportamento dos outros. Estamos sempre julgando, condenando e conhecendo muito pouco a nós mesmos.         

Quem se conhece de verdade, quem entra dentro da sua alma, do seu interior e mergulha no fundo pecaminoso que há em nós, jamais julga ou condena ninguém, pelo contrário, mergulha o seu ser pecador, sua alma tão cheia de fragilidades na misericórdia divina e leva essa mesma misericórdia para tantos corações necessitados do perdão, do encontro redentor e salvador de Jesus.

Deus abençoe você!